Falta de ficha limpa impede a participação de tradicionais nomes da política local nas eleições municipais de Valparaíso – GO.
Em outubro os brasileiros voltam as urnas. São as eleições municipais para prefeitos e vereadores. O eleitor brasiliense não participará, mas isso não significa que não sentirá o clima eleitoral. Os municípios do Entorno já vivem a fase pré-campanha.
Valparaíso de Goiás, anteriormente pertencente a Luiziânia, é talvez o município goiano mais próximo do DF. Com uma população estimada em 2010, em 133 mil habitantes, muitos dos 73 mil eleitores que lá moram, passam o dia inteiro no Distrito Federal. Saúde, Educação, Emprego, mobilidade urbana, as principais necessidades locais dependem de uma ação integrada entre a prefeitura local e o GDF.
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Para esse ano eleitoral, o inesperado poderá ocorrer em Valparaíso de Goiás, município goiano que fica 30 Km de Brasília. A eleição que parecia vir a ser decidida entre dois nomes da tradicional dualidade PSDB x PT (Leda Borges e Lucimar Nascimento), que representam grupos que alternavam o poder nos últimos anos; saíram da disputa antes mesmo dela começar, deixando em aberto alternativas que poderão contribuir para o surgimento de novas lideranças capazes de convencer o eleitorado a depositar suas expectativas naquela que ainda é considerada a “pérola do entorno”.
A ex-candidata Leda Borges do PSDB é deputada estadual licenciada e atualmente titular da secretaria de Estado da Mulher, do Desenvolvimento Social, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e do Trabalho do governo Marconi Perillo em Goiás. Leda foi denunciada pelo Ministério Público do estado e foi condenada pela 2ª Vara Cível, das Fazendas Públicas, de Registro Públicos e Ambiental, por improbidade administrativa quando era prefeita de Valparaíso de Goiás. Assim, e não poderá concorrer ao pleito municipal.
Leda promete indicar como seu herdeiro político o vereador Pábio Mossoró do PSDB para sucedê-la. Pábio, segundo a imprensa goiana, é alvo de Inquérito Civil Público tendo como suspeita a violação aos princípios administrativos na gestão do Fundo da Educação Básica – Fundeb.
O Partido da República, PR, que fazia parte da base aliada do governo municipal e que compunha até agora o grupo liderado por Marconi não deve apoiar o nome tucano, já que também apresentou um nome próprio.
Trata-se do vereador Afrânio Pimentel, que já foi presidente da Câmara de Vereadores, todavia ele também responde a processos junto ao Ministério Público, o que poderá deixá-lo impedido de concorrer ao pleito de 2016.
A atual prefeita de Valparaíso de Goiás, Lucimar Nascimento, do Partido dos Trabalhadores, desistiu da tentativa de reeleição em carta oficial ao Partido dos Trabalhadores e à sociedade de Valparaíso.
Para o seu lugar, o PT já apresentou o nome do vereador Professor Silvano. Ele deve disputar o Palácio dos Jardins, entretanto não contará com o apoio integral do grupo que está na base do governo municipal, atualmente.
O grupo que forma a base aliada apresentou outros nomes. Entre eles estão o atual vice prefeito, Elson Varejão, e o do secretário municipal de Desenvolvimento, Erasmo Cardoso dos Santos, ambos do PMDB. Já o hoje aliado PSC indicou a vereadora Ângela Pessoa. Muito conchavo ainda vai rolar, mas tudo leva a entender que desse grupo sairá um nome único para a disputa majoritária.
Opção à esquerda
Além dos nomes e partidos que tradicionalmente disputam as eleições de Valparaíso, existem também duas candidaturas de esquerda que poderão surgir como uma potencial terceira via.
O Professor Weslei Garcia, do PSOL, foi candidato ao governo do Estado em 2014 e possui o respeito dos partidos e da sociedade como o candidato que enfrentou Marconi Perilo nos debates.
Bem articulado e eloquente (especialmente nos debates), o candidato psolista pode surpreender nessas eleições municipais. O partido tem se articulado para dar musculatura a uma eventual candidatura do Professor Weslei.
Já o PC do B está rachado na cidade. Parte de seus membros ocupa cargos no atual governo de Lucimar, e outra parcela pretende lançar a candidatura de Iraquitan Oliveira, que atualmente é presidente da legenda.
Com as cartas lançadas, certamente não será fácil apostar em uma candidatura. Até a data limite para as convenções oficiais, muita coisa poderá ocorrer e ainda outras figuras poderão surgir.