“Silêncio na cidade”, romance policial inspirado no assassinato da menina Ana Lídia em 1973, de autoria do jornalista Beto Seabra, será lançado na Bienal. Os autores do crime nunca foram punidos.
Selecionado pela curadoria da 4ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura (BBLL), que acontece no Centro de Convenções de Brasília, o livro “Silêncio na cidade”, do jornalista Roberto Seabra, será lançado nesta quarta-feira (22), às 18h, no estande da Banca da Conceição.
O livro é um romance policial baseado em fatos reais. No dia 11 de setembro de 1973 uma menina de 7 anos foi sequestrada e apareceu morta algumas horas depois, em um bairro de classe média de Brasília. Os autores do crime nunca foram punidos. Quando as investigações apontavam para dois suspeitos, ambos filhos de membros do primeiro escalão do governo militar, a Polícia Civil do DF foi proibida de continuar os trabalhos. E a imprensa sofreu censura prévia para não divulgar nenhuma informação sobre o caso.
Mais de quarenta anos depois, Roberto Seabra decidiu recontar a história, mas usando não o jornalismo, sua ferramenta de trabalho, e sim a ficção. “A história do assassinato de Ana Lídia foi interditada pela ditadura. Ninguém foi condenado e, 45 anos depois, não sabemos o que de fato aconteceu”, disse Seabra.
Roberto Seabra recolheu as poucas informações publicadas na imprensa sobre o crime, acrescentou fragmentos da memória de familiares (o pai do autor era perito criminal e participou das investigações) e completou com “invencionices de escritor”, como escreveu a escritora Rosângela Vieira Rocha na apresentação do livro.
O resultado é uma crônica de época da capital federal, em ritmo de história policial. No livro, o policial Tino Torres tenta descobrir os verdadeiros assassinos de Ana Clara, enquanto o governo tenta apagar as pistas e culpar dois traficantes que nada tinham a ver com a história.
“Brasília é muito jovem para ter lendas. A morte de Ana Clara, (ou melhor, de Ana Lídia) não pode virar uma lenda. Meu livro procura mostrar aos mais jovens que a ditadura era capaz de tudo para proteger seus integrantes”, disse Seabra.
Serviço
Lançamento do livro “Silêncio na cidade”, de Roberto Seabra
Local: 4ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura (Centro de Convenções de Brasília), no estande da Banca da Conceição.
Data e hora: dia 22/08 (quarta-feira), às 18h.
por Chico Sant'Anna 
Olha não importa a época e o regime de político… Ser uma Ditadura Militar ou Democracia. Sempre os poderosos, quer seja políticos corruptos e empresários sonegadores, sempre prevalecem quando o assunto é JUSTIÇA. Se o emblemático caso da ANA LÍDIA está impune, imagina o caso MARIO EUGÊNIO, só prenderam quem executou o jornalista, mas e os MANDANTES….
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E pelo inquérito, um dos mandantes da morte de Mário Eugênio foi um coronel do exército, que na época era secretário de insegurança do DF. Ah! Estávamos nos extertores da ditadura.
Havia um grupo de extermínio. E não gostou das denúncias que o jornalista Mário Eugênico fazia.
Ma o caso da garotinha Ana Lídia, a blindagem sempre foi mais forte.
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