
Lobos, córregos e pioneiros inspiraram nomes de cidades do DF. Antigas fazendas e personagens marcantes na história também estão na origem das denominações utilizadas.
Por Chico Sant’Anna, com base no texto de
Maryna Lacerda,
da Agência Brasília de Notícias.
O Distrito Federal tem 31 regiões administrativas e incontáveis histórias para a origem dos núcleos urbanos que o compõem. Alguns nomes fazem referência ao passado, como os das antigas fazendas Sobradinho e Taguatinga. Outros representam o espírito desbravador de quem trabalhou para erguer a cidade, como Candangolândia e Núcleo Bandeirante.
Há também os que resumem, em uma palavra, o objetivo para o qual as regiões foram criadas. Assim, Ceilândia representa terra da CEI, que é a sigla da Campanha de Erradicação de Invasões realizada na década de 1970.
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A natureza foi a maior referência para os nomes das regiões administrativas, seja por causa da vegetação ou de alguma espécie endêmica. Guará, por exemplo, é uma alusão ao lobo do Cerrado, um dos símbolos do bioma.

Brazlândia e Planaltina
As cidades de Brazlândia e Planaltina são primas entre si e já existiam antes mesmo da inauguração da Capital Federal. Ambas pertenciam a Vila de Santa Lúzia (hoje Luziânia).
Ao contrário do que muitos pensam, Brazlândia não é nenhuma alusão a Brazil, com z mesmo, como era grafado antigamente.
A história de Brazlândia, começa quando quatro famílias goianas e mineiras aportaram nas terras da Chapada do Vão dos Angicos. Foram os Abreu de Lima, os Rodrigues do Prado, os Cardoso de Oliveira e os Braz de Lima quem povoaram a terra que futuramente seria Brazlândia.
O desenvolvimento foi trazido, principalmente, pelos Braz de Lima, de Carmo do Paranaíba, em Minas Gerais, e pelos Cardoso de Oliveira, de Posse, em Goiás, que já tinham tradição como agricultores e pecuaristas. Os dois clãs logo estabeleceram relação familiar e de negócios, realizando atividades agras pastorais nas três décadas seguintes.
No início dos anos 30, as famílias conseguiram que o povoado fosse elevado à categoria de distrito de Santa Luíza. Após a inauguração de Brasília nos anos 60, Brazlândia foi anexada como então cidade-satélite de Brasília, preservando o nome.
O povoamento pelos Bandeirantes da região onde hoje está Planaltina data da primeira metade do século XVIII, com a exploração de ouro e esmeralda. Por aqui passou a Estrada Real, utilizada para o escoamento de ouro e arrecadação de dízimos territoriais à coroa. Os documentos existentes não indicam a data exata da fundação de Planaltina, no entanto a data convencionada de fundação de Planaltina é 19 de agosto de 1859, mas há relatos de alguns historiadores de que a cidade possua mais de 200 anos. A cidade já foi chamada de vila de Mestre D’armas, Alta Mir. Em 14 de julho de 1917 pela lei nº 451, a cidade passa a se chamar Planaltina. Que significa o coração do Planalto Central.
Gama
A cidade do Gama, porta de entrada do Entorno Sul, foi a segunda Região Administrativa a ser criada no Distrito Federal. Ela tem uma peculiaridade que poucas pessoas sabem. O seu projeto urbanístico original, em forma de colmeias ou hexágonos, foi um dos que concorreu para ser o projeto de Brasília. A cidade, na concepção de seu autor, o arquiteto Paulo Hungria, conta com seis setores: Leste, Oeste, Norte, Sul, Central e Setor de Indústrias, compreendendo também a área urbana, a Vila DVO (o Departamento de Viação e Obras da Novacap), onde ficavam guardadas maquinarias da construção da nova capital e abrigava trabalhadores do setor.
A cidade foi construída nas terras onde antes eram as fazendas Gama, Ponte Alta, Ipê e Alagado. Em 1960, forma-se o povoado que deu origem ao que hoje é o Gama.
A cidade acolheu as famílias de uma invasão situada na barragem do Paranoá, além dos moradores transferidos da Vila Planalto e da Vila Amauri (que foi submersa pelas águas do lago Paranoá) e dos habitantes do Setor de Indústrias de Taguatinga.
Vicente Pires
A história da cidade de Vicente Pires talvez seja a que remonte a um passado mais longínqüo. Segundo o jornal Satélite, o nome faz referência a Vicente Pires Motta, padre jurista que viveu em São Paulo no século XVIII. Era pessoa de confiança da Coroa portuguesa. Coube a ele, em 1850, a tarefa de fazer registros de terras na região do Planalto Central. O Registro Paroquial da fazenda Vicente Pires é de 1858. Nessa fazenda os córregos Samambaia e do Vallo se encontram, dando orgiem a um terceiro fluxo de água, o qual recebeu o nome de Vicente Pires.
A variedade de cursos d’água no território originou núcleos rurais como Águas Claras, Santa Maria e Riacho Fundo. Samambaia remete, em duas instâncias, ao meio ambiente.
Foi assim chamada por estar próximo ao Córrego Samambaia, que recebe esse título em razão da quantidade dessa planta na área.
Águas Claras, que surgiu na década de 1990, teve seu nome vinculado à colonia agrícola Águas Claras, que por sua vez, teve o nome inspirado no córrego de mesmo nome que passa nas imediações.
Brasília
O surgimento e a consolidação dos núcleos, como regiões administrativas, são condicionados à criação de Brasília. Nascida como Plano Piloto — tratava-se de uma proposta inicial para a nova capital —, a ideia do urbanista Lucio Costa se mostrou a mais completa entre as apresentadas à comissão julgadora do concurso para escolha da nova capital federal.
Não à toa, as alterações solicitadas pela comissão julgadora foram pontuais, e o que se propunha no esboço tornou-se projeto pronto.
O nome Brasília remete a Brasil, em latim, e foi uma sugestão apresentada pelo estadista e diplomata José Bonifácio de Andrade e Silva, em 1823. Ele foi um dos primeiros a destacar a importância de transferir a capital para o interior do País.
Ô, Chico Sant’Anna! E nosso Gama, foi esquecido? (risos)
Permita-me transcrever do http://www.anuariododf.com.br/regioes-administrativas/ra-ii-gama/
Gama
Gama impulsiona a economia do Entorno
A segunda Região Administrativa do Distrito Federal nasce em terras onde antes eram as fazendas Gama, Ponte Alta, Ipê e Alagado. Em 1960, forma-se o povoado que deu origem ao que hoje é o Gama.
A cidade acolheu as famílias de uma invasão situada na barragem do Paranoá, além dos moradores transferidos da Vila Planalto e da Vila Amauri (que foi submersa pelas águas do lago Paranoá) e dos habitantes do Setor de Indústrias de Taguatinga.
Essa RA é formada por áreas urbana e rural. A área urbana divide-se nos setores Norte, Sul, Leste, Oeste e de Indústria. A área rural é composta pela Colônia Agrícola Ponte Alta, pelo Córrego Crispim e pelos Núcleos Rurais Monjolo, Ponte Alta de Baixo, Ponte Alta Norte, Alagado e Casa Grande.
GAMA
População 150 mil habitantes
Área 276,30 km•
Orçamento (2012) R$ 19 milhões
Administrador Márcio Palhares de Oliveira
O Gama está localizado a 30 km de Brasília, entre duas importantes rodovias federais (BR-060 e BR-040) ligadas pela DF-290. Conhecida como a capital do Entorno, é polo econômico e geográfico para cidades goianas vizinhas (Novo Gama, Valparaíso, Cidade Ocidental, Luziânia e Santo Antônio do Descoberto). A maioria da população é de classe média. A renda média é superior a seis salários mínimos por família, conforme pesquisa da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) em 2011.
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Pronto, Taciano chorão.
Já tem ai um verbete sobre o Gama.
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Valeu o meu choro. (risos)
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Veja como são as coisas quando se trata do Gama. Até o Anuário esqueceu de um setor da área urbana do Gama. Citou os setores Norte, Sul, Leste, Oeste e de Indústria. Esqueceu o Setor Central. E no site do Anuário na parte que fala do Gama, a foto postada é exatamente a do Setor Central. Já estamos acostumados a isso. (risos)
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Muito legal! Mas e o Cruzeiro, cadê? =(
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OI Lilia, de fato não consegui escrever sobre as 31 Regiões Administrativas. Mas estou coletando informações. Se tiver informações seguras, me envie. o Email é o blogdochicosantanna@gmail.com
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Achei bem interessante, é muito importante conhecer onde se vive, serve até para estudantes, precisamos de coisas assim. Parabéns!
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O dono do blog chamou a primeira pessoa que comentou em sua página de “chorão”, além de mencionar regiões administrativas do DF como sendo cidades. Não gostei desta página como fonte de informação.
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Caro Pedro
Inicialmente, grato pela leitura do blog e seus comentário.
Me dei a,liberdade de chamar o autor do primeiro comentário de chorão, pois trata-se de um amigo.
Quanto a chamar as regiões administrativas de cidades, é bom lembrar que inicialmente, como dito no texto, Brazlândia e Planaltina já existiam, antes mesmo da existência do Distrito Federal.
No projeto de Lúcio Costa, as demais cidades seriam chamadas de cidades-satélites.
A noção de região administrativa é muito mais recente. Ela se deu a partir, por exemplo, da separação de áreas como Lago Sul e Norte, Cruzeiro, Sudoeste etc do Plano Piloto. Essas sim, não tinham características de serem denominadas cidades e por isso, ganharam a alcunha de região administrativa.
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Excelente matéria, parabéns e escreva sobre as demais cidades-satélites (esse é realmente o nome correto delas), a memória da capital federal agradece!
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o nome Arniqueira é uma árvore medocinal baixa estatura nos morros ali existentes só que com a venda dos ramos deixaram de existir e o córrego levou este nome… isso na década até 70
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