Criada em 1998, a Paixão do Cristo Negro é o segundo maior espetáculo teatral a céu aberto do Distrito Federal e reúne centenas de atores e milhares de espectadores.
Por Rodrigo Viana
A Encenação da Paixão do Cristo Negro, em Samambaia, agora é reconhecida como evento oficial do Distrito Federal. A Lei n. 6.499 de autoria do deputado Leandro Grass (Rede-DF), sancionada no último dia 7 de fevereiro, foi fruto da demanda apresentada pelos organizadores em maio de 2019. O evento mobiliza todos os anos os artistas locais e a comunidade que se mobiliza para materializar e usufruir esse espetáculo cultural, de fé e arte.
Segundo o parlamentar, trata-se de uma atividade importante para a vida cultural e religiosa, não só de Samambaia, mas de todo o Distrito Federal “Ela envolve dezenas de jovens e tem uma mensagem social muito interessante e atual” – explicou. O projeto, que agora virou lei, atende a uma demanda da própria comunidade e do movimento cultural local. Em abril do ano passado, ele participou da 21ª encenação da Via Sacra e constatou a importância de se dar maior apoio, em especial para combater a falta de infraestrutura.

Uma das solicitações apresentadas foi a alteração do nome. O evento constava no calendário como Via Sacra ao Vivo, o que gera confusão com outros eventos da cidade. Criada em 1998, a Paixão do Cristo Negro é o segundo maior espetáculo teatral a céu aberto do Distrito Federal e reúne centenas de atores e milhares de espectadores.
A encenação é organizada anualmente pela Paróquia Maria de Nazaré. Nela, Jesus Cristo é interpretado por um ator negro. O espetáculo se difere dos demais ao trazer para a milenar história elementos contemporâneos, como violência doméstica e feminicídio. O evento de 2019 contou com dinheiro do FAC que custeou as oficinas, figurinos, filmagem e os fogos de artifício.
Por que negro? Por que não japonês? Ou italiano? Ou árabe? Vejo isso como uma segregação racial. Em vez de juntar estamos separando as raças.
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O culto ao Jesus Negro não é uma exclusividade brasileira. Há por vários países dos quais destaco Italia, onde está o Vaticano, e no México.
A leitura de um Jesus branco, loiro dos olhos azuis, é essencialmente da Europa Ocidental e ganhou força na Renascença. Na Armênia, por exemplo-primeiro pais adotar o catolicismo ainda no seculo 4 -, Nossa Senhora é uma mulata com traços árabes, cabelos negros e sobrancelhas grossas. O menino Jesus tbem tem cabelos negros. Não poderia ser diferente, já que eram judeus, nascidos no Oriente Médio.
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Exatamente! O Cristo branco, de olhos azuis, alguns até de cabelos aloirados, foi a ocidentalização do Filho.
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Boa tarde. Nesta matéria consta que o evento é realizado pela Paróquia Maria de Nazaré. Esta informação não é verídica. De 2007 até a presente data o evento é realizado pelo instituto Brasil vivo com apoio de algumas instituições, por exemplo imaginário cultural. Desde o nascimento em 1997 a 2007 a Paróquia Santa Luzia de Samambaia, foi parceira na realização. Assim o projeto nunca teve vínculo com a Paróquia Maria de Nazaré.
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