Aeroporto Internacional de Brasília teve uma movimentação em 2020 equivalente à metade de 2019.

Ao longo de 2020, deixaram de circular pelo terminal JK 8,402 milhões de pessoas, chegando ou partindo, e 3,3 milhões de toneladas de mercadorias. Pouco mais de uma, em cada quatro pessoas, e um quilo, entre cada quatro quilos de carga, chegaram a Brasília de São Paulo, ou daqui partiram para lá. As interações com a velhacap, Rio de Janeiro, ainda formam o segundo destino/procedência mais importante de passageiros.

Por Chico Sant’Anna:

Parodiando Belchior, com seu clássico Foi com medo de avião, pode se dizer que foi com medo da Covid-19 que milhões de passageiros do Brasil inteiro e mesmo do exterior deixaram de passar pelo aeroporto de Brasília, o terceiro mais importante do Brasil, em 2020. Dados do IBGE revelam que no primeiro ano da Pandemia, o aeroporto JK registrou uma queda de 52,8% de passageiros, bem como uma redução de 49,7% na carga aérea transportada, quando comparado ao ano anterior. Ao longo de 2020, deixaram de circular pelo terminal 8,402 milhões de pessoas, chegando ou partindo; e 3,3 milhões de toneladas de mercadorias. Nos momentos mais críticos da Pandemia todos os vôos internacionais foram cancelados.

Embora o informe do IBGE não mergulhe nesse aspecto, essa redução brutal de passageiros e de cargas afeta a economia candanga. Hotéis, bares e restaurantes, taxistas e motoristas de aplicativos e mesmo o comércio sentiram na pela. Menos carga também afetou o setor de fretes e translados bem como a indústria e o comércio da região.

Em 2019, o Aeroporto JK respondia por 16,9% de toda movimentação aérea de passageiros do Brasil e por 16,6% de toda a carga aérea transportada no País. Embora seja um hub nacional, conectando as regiões Sul e Norte, a principal interação aérea do Distrito Federal naquele ano foi com o estado de São Paulo (33 opções diárias de voos diretos). Pouco mais de uma, em cada quatro pessoas, e um quilo, entre cada quatro quilos de carga, chegaram a Brasília de São Paulo, ou daqui partiram para lá. As interações com a velhacap, Rio de Janeiro, ainda formam o segundo destino/procedência mais importante de passageiros, 11,5%, e quando o assunto é carga, é o Estado do Amazonas, que aparece em segundo lugar: 10,9%.

O diagnóstico da realidade brasiliense no primeiro ano da Covid não é muito diferente do verificado para todo o país. No Brasil, a queda no número de passageiros foi de 53% e no transporte de cargas 29,6%, em relação a 2019. Com isso, os viajantes passaram de 93,8 milhões para 44 milhões, enquanto as cargas tiveram redução de 400 mil toneladas para 282 mil toneladas.

Entorno

Apesar de ser a principal referência para 62 outras cidades que não possuíam transporte aéreo regular, o percentual de passageiros não residentes em Brasília que aqui embarcaram foi muito pequeno em 2019. Somente 4,62% do total de passageiros embarcados era provenientes de outras cidades. Esse percentual mostra um baixo uso do terminal da Capital Federal para quem mora no Entorno ou mesmo nas 33 cidades da Ride, provavelmente, decorrente do padrão de renda. Considerando que 95,38% dos passageiros que foram embarcados de Brasília era residentes no Distrito Federal e que a população está na casa dos 3,1 milhão de habitantes, pode se estimar que o brasiliense viajou de avião quase cinco vezes ao longo do ano de 2019, enquanto que em 2020, essa média cai para 2,3 voos per capita/ano.

Tarifas

No ano anterior ao início da Pandemia, a tarifa média cobrada pelas companhias aéreas, considerando todas as passagens comercializadas de todas as origens para Brasília, de R$ 409,39. Já no primeiro ano da Covid, houve uma queda geral na ordem de 23,8% nos preços médios das passagens comercializadas para Brasília/DF enquanto destino. Dentre as dez principais cidades do País em movimentação aérea de passageiros, essa foi a principal queda tarifária registrada em 2020.