In vino veritas

 Por Luiz Martins da Silva

 Vinho arcaico, sono arqueológico

De um futuro indefinido nos porões.

Safra de colheitas anacrônicas,

Rótulos carcomido de umidades.

O tempo em sedimentos de penumbras,

Numa existência de cepas e bolores.

 

Um dia, beberemos destes cálices.

Será tarde, quase crepúsculo,

Outono, outubro de cigarras. E nós…

Cada um abrindo-se em adegas:

Aguardadas emoldurações de lembranças,

Nossos patrimônios em aromas e buquês.