O primeiro voo entre Assunção e Brasília ocorreu dia 15 de dezembro, com um CRJ200 da Paranair. Foto de Felipe Menezes – Inframérica

O Paraguai possui o quarto maior fluxo de turistas ao Brasil. Em 2017, foram 336.646 mil pessoas. Os destinos preferidos são Foz do Iguaçu e o Rio de Janeiro. Brasília, agora, espera poder abocanhar um pouco desse contingente.

Por Chico Sant’Anna

Já está operando o voo Brasília-Assunção, capital do Paraguai. A nova frequência internacional é direta, com duração de duas horas e meia.  Os voos serão realizados diariamente, com chegadas às 18h40 e partidas às 20h15. Os voos são da Latam mas serão operados pela empresa paraguaia Paranair, em aeronaves Bombardier CRJ 200, que acomodam 50 passageiros, todos em classe econômica.

Brasília é a terceira cidade que mais recebe voos internacionais diretos do país, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Com o início dessa mais nova rota, o DF passa a contar com 53 frequências semanais de voos internacionais diretos. Os destinos são a Argentina, Chile, Estados Unidos, Panamá, Peru, Portugal, República Dominicana (Punta Cana) e, agora, o Paraguai.

Turistas

O Paraguai é responsável pelo quarto maior fluxo de turistas ao Brasil. Em 2016, enviou 316.714 turistas e em 2017, 336.646, segundo o Anuário Estatístico do Turismo de 2018. Não são viajantes gastadores. Por aqui, os turistas paraguaios gastam por dia, em média, US$ 57 dólares, cerca de R$ 232,00. Os destinos preferidos são Foz do Iguaçu e o Rio de Janeiro. Brasília, agora, espera poder abocanhar um pouco desse contingente. O  paraguaio – assim como o brasileiro – não precisa de visa para entrar no país vizinho e pode até se valer da carteira de identidade, caso ela não tenha sido emitida há mais de dez anos.

O fluxo inverso também deve ser forte com brasileiros interessados em fazer compras no Paraguai, principalmente depois da decisão de se ampliar de US$ 300 para US$ 500 a cota de compras livres de impostos. Mas é bom que os brasileiros fiquem atentos, pois a Assunção, onde o voo chega, não é zona franca do Paraguai. Essa é só na Cidade Del Este.

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Essa nova rota, ao lado das já existentes para a Argentina, Chile e Peru devem contribuir para que Brasília funcione como um hub internacional, base de conexões, para viajantes procedentes do Hemisfério Norte e com destino a outras nações sul-americanas. E vice-versa.

Benefícios fiscais

A Latam com esse voo espera ser beneficiada com a política criada pelo GDF de redução de ICMS sobre o querosene de aviação. Quantos mais voos são operados, maior é o desconto sobre a alíquota. A taxação pode variar de 7% – quando a companhia aérea tiver 28 ou mais frequências de voos internacionais semanais com saída de Brasília e, pelo menos, 55 de voos diários com interligação nacional -, até 11% – quando tiver 14 ou mais frequências de voos internacionais semanais com saída de Brasília e, pelo menos, 25 de voos diários com interligação nacional.

A dúvida que fica entre os especialistas é se o GDF considerará como sendo da Latam essa linha para o Paraguai, terceirizada para a paraguaia Paranair, ou se vai computar o benefício à empresa do país vizinho.