Sindsasc estima que com apenas 1,5% da cota inicial de vacinas contra a covid-19 destinada ao DF, seria o suficiente para vacinar a todos que atuam na assistência social. Foto: Andre Borges/Agência Brasília. Foto de Andre Borges/Agência Brasília.

Servidores do Governo do Distrito Federal que atuam em ações de assistência social com contato presencial com pessoas assistidas  reivindicam o direito de serem imunizados rapidamente contra a Covid-19. Policiais e Professores, que não haviam sido contemplados, conseguiram ser escalados pelo GDF na quarta fase da primeira etapa, após a vacinação do grupo de pessoas com comorbidades. 

 

Por Fred Leão e Chico Sant’Anna

O Distrito Federal já recebeu 105.960 doses da vacina Coronavac, feita em parceria entre o Instituto Butantan, de São Paulo, e a farmacêutica chinesa Sinovac. Esseo lote, que  chegou a bordo de um avião C-130 (Hércules), da Força Aérea Brasileira (FAB), na base aérea de Brasília, é suficiente para imunizar, com duas doses, 52.980 pessoas. Entretanto, o plano de vacinação elaborado pelo Governo do Distrito Federal contempla nas quatro fases prioritárias cerca de 190 mil pessoas, o que demanadaria 380 mil doses. E mais gente se mobiliza para estar dentre os grupos prioritários,

O primeiro grupo a ser vacinado é composto por profissionais que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus: não apenas servidores da saúde, mas também funcionários da limpeza e vigilantes, além de médicos, enfermeiros, técnicos e grupamentos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O GDF montou um plano de ação definindo o publico alvo prioritário, sem incluir educadores e policiais. Depois de pressões dessas corporações, elas passaram a integrar uma quarta fase do plano. Agora quem se mobiliza são os profissionais de assistência social que atuam diretamente no atendimento presencial de pessoas carentes e necessitadas.

De fora dos grupos prioritários para a vacinação contra a Covid-19, os servidores da assistência social podem entrar em greve em resposta ao Governo do Distrito Federal (GDF), pela postura que consideram um grande descaso. Nesta quarta-feira (20 de janeiro), os delegados sindicais do sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural do GDF (Sindsasc) se reúnem para decidir sobre a greve da categoria.

“Se não formos incluídos no grupo prioritário da vacina, devemos interromper nossas atividades. Estamos em trabalho presencial e somos a única categoria que atua contra as consequências sociais e econômicas da pandemia”, denuncia o presidente do Sindsasc, Clayton Avelar.

Vacinas repassadas ao GDF estão bem aquem dos quantitativos dos grupos considerados prioritários. Foto deMarcelo Casal Jr, da Agência Brasil.

Outro agravante para a categoria, em relação a outras durante a pandemia, é que os servidores não receberam equipamentos de proteção individual como os recebidos pela Polícia Militar, além de não terem sido liberados para trabalhar remotamente, como os profissionais da educação.

Secretarias excluídas

De acordo com levantamento feito pelo sindicato na última sexta-feira (15 de janeiro), se o GDF destinar aos servidores da assistência social apenas 1,5% da sua cota inicial de vacinas contra a covid-19, seria o suficiente para vacinar a todos da categoria.

No plano anunciado, o governo ignorou os trabalhadores da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), Secretaria de Justiça (Sejus) e Secretaria da Mulher, pastas nas quais os servidores da assistência social atuam.

“É incompreensível que as titulares dessas secretarias não tenham se manifestado contra essa discriminação”, reforça Clayton.

O Sindsasc não aceita o descaso do GDF em relação a esse serviço essencial, avalia o líder da entidade. “Somos solidários com o pessoal da saúde, assim como reconhecemos a importância da educação e segurança, mas não aceitamos esse tratamento discriminatório com a assistência social”, conclui.