Corredeiras do Rio Melchior. Fotos de Alzirênio Carvalho

“A qualidade das águas do Rio Melchior é alvo de atenção especial da Prodema. O MPDFT está atento para cumprir a sua missão de cuidar do equilíbrio ecológico da região. Estamos preparando outras medidas fiscalizatórias para proteger o rio”, afirmou o promotor de Justiça, Milton de Carlos Júnior.

Por Chico Sant’Anna

A 3ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Prodema) promete acompanhar de perto a qualidade da água e o nível de poluição do Rio Melchior. Há alguns dias, aqui no blog Brasília, por Chico Sant’Anna, mostramos que o Rio Melchior, apesar de sua beleza e importância, tem sido o destino do esgoto sanitário de grande parcela da população do Distrito Federal, além de ser vítima de vazamentos de chorume do Aterro Sanitário de Samambaia. Um rio à beira da morte, cheio de poluição, exalando mau cheiro, com água imprestável para o consumo humano e suspeita para ser utilizada na agricultura. Com 25 quilômetros de extensão, o Rio Melchior demarca a divisão geográfica entres as regiões administrativas de Ceilândia e Samambaia e é um dos afluentes do Rio Descoberto. A ação da Prodema acontece exatamente em decorrência da sensibilidade ecológica da área.

Para conhecer melhor o Rio Melchior, leia também:

  • Melchior: um rio em agonia pede socorro
  • A 3ª Prodema também informou que outras medidas serão tomadas para fiscalizar a quantidade e a qualidade de resíduos dispensados no rio. “A qualidade das águas do Rio Melchior é alvo de atenção especial da Prodema. O MPDFT está atento para cumprir a sua missão de cuidar do equilíbrio ecológico da região. Estamos preparando outras medidas fiscalizatórias para proteger o rio”, afirmou o promotor de Justiça, Milton de Carlos Júnior.

    Paralelamente às iniciativas do Ministério Público, defensores do Rio Melchior – que nasce na Área de Relevante Interesse Ecológico JK – sonham com a possibilidade de a área por onde ele corre seja transformada em um Parque Ambiental e de Recreação. Deputados distritais e até o governador Ibaneis Rocha já foram procurados para abraçarem essa proposta, informa Alzirênio Carvalho, militante ambiental pela causa do Melchior

    Se a água ficar própria, varias serão as opções de lazer e turismo.

    Há também quem defenda o seu uso para o turismo com esportes radicais, como a prática de descida em botes de borracha nas corredeiras, denominada rafting. Atualmente, quem deseja praticar esse esporte precisa se deslocar até Goiás e usufruir das corredeiras do Rio Corumbá. Entretanto, tanto para a opção de parque, quanto para de exploração econômica para o turismo se faz necessária a despoluição do Melchior.

    Ao visitar nessa semana o Aterro Sanitário, os membros da Prodema liderados pelo promotor Milton de Carlos Júnior, foram informados de que a estrutura do aterro sanitário passou por melhorias após os problemas verificados no armazenamento do chorume. Foram construídas quatro novas bacias de contenção, totalizando 12 pontos. Além disso, o líquido resultado da decomposição de resíduos orgânicos agora passa por tratamento que segue padrões internacionais antes de seguir para o curso do Rio Melchior.

    Além do chorume do Aterro Sanitário operado pelo Serviço de Limpeza Urbana, o Melchior recebe da estação de tratamento da Caesb o esgoto de Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Águas Claras e Vicente Pires e, em breve, irá passar a receber ainda o esgoto das quadras de 1 a 5 do Park Way e, quiçá, das Arniqueiras. A Caesb em nota atesta que o trabalho é seguro e segue as melhores técnicas, mas estudos do Ibram mostram que a água que chega no Melchior não é assim tão purificada. Tudo isso sem contar com os lançamentos clandestinos.