
No quadradinho, o fraco desempenho foi puxado pela produção de sorgo e café arábica, que apresentaram as maiores quedas: 31,6% e 15,8%, respectivamente; bem como da batata inglesa (-6,7%), soja (-2,8%) e do milho (-1,4%). A produção de sorgo, muito utilizado na alimentação de aves e rebanhos, passou de 35.100 para 24 mil toneladas e a de café arábica de 936 para 788 toneladas. A 1ª safra de feijão, contudo, teve alta de 50%.
Por Chico Sant’Anna
O agronegócio candango não teve um bom desempenho em 2022. A produção agrícola no Distrito Federal apresentou variação negativa (-0,3%) na safra de cereais, leguminosas e oleaginosas, comparativamente a dezembro de 2021. O desempenho está na contramão da realidade nacional cuja estimativa de crescimento é de 3,7%. No DF, a produção caiu de 708.090 para 706.140 toneladas nesse período. A produção candanga é de pequena expressão, até em decorrência do tamanho do território. Responde por 0,54% da produção do Centro-Oeste, o maior produtor nacional.
Ex-secretário de Agricultura do DF, o professor da UnB, João Luiz Homem de Carvalho, recomenda que o agronegócio candango mude o seu foco produtor. Segundo ele, investir em commodities (trigo, milho, soja) num espaço territorial pequeno e carente d’água, como é o do Distrito Federal, não é o certo, tanto em termos econômicos, quanto ambientais. “Em todo mundo, a orientação é no sentido da produção e do consumo local. Trata-se da ‘relocalização da produção e do consumo’, palavra de ordem, na atualidade. O DF deveria focar na produção dos alimentos aqui consumidos: feijão, arroz, frutas, hortigranjeiros. Nós ainda não somos autossuficientes nesses alimentos e o custo de frete os encarece muito – comenta.
Produtos em queda
No quadradinho, o fraco desempenho foi puxado pela produção de sorgo e café arábica, que apresentaram as maiores quedas: 31,6% e 15,8%, respectivamente; bem como da batata inglesa (-6,7%), soja (-2,8%) e do milho (-1,4%). A produção de sorgo, muito utilizado na alimentação de aves e rebanhos, passou de 35.100 para 24 mil toneladas e a de café arábica de 936 para 788 toneladas. O Distrito Federal vem buscando produzir um café diferenciado, gourmet, mas a produção parece não ter respondido bem.
O crescimento da 1ª safra de feijão foi fomentado por uma ampliação da área de plantio em iguais proporções (50%), de 6 mil para 9 mil hectares. Já o plantio de milho (1ª safra) e sorgo apresentaram as maiores reduções em área plantada, caindo de 135 mil para 117 ,il hectares (-13,3%) e 35.100 para 24 mil hectares (-11,1%), respectivamente. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo IBGE.
Altas
Apesar da queda, alguns produtos apresentaram crescimento, como o feijão de 1ª safra, + 50%, passou de 16.200 para 24.300 toneladas; e o trigo, + 49,1%, passando de 10.500 para 15.660 toneladas. O Girassol cresceu 20%, em termos proporcionais, mas a produção local é pequena, apenas 1.200 toneladas.