Foto: Olhares.com

Textos de Chico Sant’Anna, com base no WikiAves, a Enciclopédia das aves do Brasil.

 

O anu-branco (GUIRA CUCKOO – GUIRA GUIRA) é uma ave cuculiforme da família Cuculidae. Também conhecido como rabo-de-palha, pelincho e piririgua. Possui um corpo franzino, cauda comprida, graduada. O bico é forte e curvo e na cor de laranja (cinzento no indivíduo imaturo ).

O anu possui uma plumagem predominantemente creme, branco-amarelado, com uma grande faixa preta no rabo e um topete encrespado alaranjado. A epécie não apresenta dimorfismo sexual.

Ele ocorre do sudeste do Amapá e do estuário amazônico à Bolívia, Argentina e Uruguai. No Brasil é muito comum nas Regiões Centro-Oeste (principalmente no Cerrado), Sul e Sudeste.

 

Foto: Embrapa/Wikiaves

Características

O cheiro do corpo é forte e característico, perceptível para os humanos a vários metros e capaz de atrair morcegos hematófogos e animais carnívoros. Quando empoleira arrebita a cauda e joga-a até às costas. Anda sempre em bandos. São aves extremamente sociáveis. Mede cerca de 38 centímetros. Sua vocalização é alta e estridente: “iä, iä, iä” (chamada e grito durante o vôo); “i-i-i-i” (advertência); seqüência fortemente descendente e decrescendo de melodiosos “glüü” (canto); cacarejo baixo.

Ouça aqui o canto do Anu-branco.

 

Alimentação

Os anus-branco são essencialmente carnívoros, comem gafanhotos, percevejos, aranhas, miriápodes etc. Eles predam também lagartas peludas e urticantes, lagartixas, camundongos, outros pequenos roedores e filhotes de outras aves. Cospem pelotas. Pescam na água rasa; periodicamente comem frutas, bagas, coquinhos e sementes, sobretudo na época seca quando há escassez de artrópodes.

Animais carnívoros em geral são seus predadores naturais. Esta espécie é atacada por outras aves, por exemplo o suiriri, mas é reconhecida como possível inimiga da coruja, provavelmente a coruja-buraqueira. Algumas espécies da família Columbidae como as rolinhas se assustam com o aparecimento de anus-brancos. O anu-branco por sua vez enxota o gavião-carijó quando estes pousam nas imediações do seu ninho

Os seus ovos são relativamente muito grandes, tem de 17 a 25% o peso da fêmea. A cor dos ovos é verde-marinho, uma rede branca calcária em alto relevo se espalha sobre toda a superfície. Tanto há ninhos individuais, como coletivos.

Ninhos

O ninho é construído em forquilhas de árvores a 5 metros do solo. Põe de 4 a 7 ovos de cor verde-marinho com uma camada calcária de alto revelo, o ovo tem de 17 a 25% do peso da fêmea. Fazem ninhos individuais ou coletivos, neste último sendo encontrados até 20 ovos. Os filhotes abandonam o ninho antes de voar e são alimentados por algumas semanas mais.
Estes hábitos reprodutivos são semelhantes aos do anu-preto.

A fêmea que construiu um ninho e ainda não começou a pôr os seus ovos, joga fora os ovos postos ali por outras fêmeas. Joga também os ovos fora, quando a fêmea poedeira encontra o ninho onde quer pôr ocupado por outra ave. Os adultos nem sempre zelam bem pelos ninhos com ovos, abandonando-os. Os filhotes deixam o ninho antes de poder voar, com a cauda curta, e são alimentados ainda durante algumas semanas. Quando os seus ninhos são abandonados, às vezes são aproveitados por outros pássaros, cobras, por pequenos mamíferos, sobretudo marsupiais.

Foto: Carlos Fonseca

Hábitos Até certo ponto são beneficiados pelo desaparecimento da mata alta, pois vivem em campos, lavouras e ambientes mais abertos. Migram para regiões onde eram desconhecidos e tornam-se as aves mais comuns ao longo das estradas. Devido ao seu voo lerdo e fraco, são frequentemente atropelados nas estradas e arrastados ao mar por fortes ventos. São atingidos pela ação funesta dos inseticidas, fato tanto mais lamentável por serem muito úteis à lavoura.

Gostam de apanhar sol e banhar-se na poeira, ficando a plumagem às vezes fortemente tingida com a cor da terra do local ou de cinza e carvão, sobretudo se eles correrem antes pelo capim molhado, o que torna suas penas pegajosas. Pela manhã e após as chuvas, pousam de asas abertas para enxugarem-se. À noite, para se esquentar, juntam-se em filas apertadas ou aglomeram-se em bandos desordenados; acontece de um correr sobre as costas dos outros que formam a fila a fim de forçar a sua penetração entre os companheiros. Procuram moitas de taquara para pernoitar. Esta espécie morre de frio no inverno. Arrumam as suas plumagens reciprocamente.

 

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