No Distrito Federal, o preço cobrado pela Neoenergia no fornecimento de energia elétrica teve reajuste de 21,54% nas tarifas para os clientes residenciais de baixa tensão, em 3 de novembro. Até aqui, a inflação acumulada na gestão de Ibaneis Rocha já totaliza 15,27%. E a maioria dos trabalhadores, em especial servidores públicos, não teve reajustes salariais. Os dados foram divulgados pelo IBGE.

Por Chico Sant’Anna

O brasiliense deve chegar no Natal com o poder aquisitivo reduzido em mais de 6%, quando comparado ao Natal do ano passado. Na Capital Federal, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), já soma nesse ano, 5,06% e, nos últimos doze meses, acumula alta de 5,88%. Em novembro, o IPCA-15, que é a prévia da inflação oficial, registrou para Brasília taxa de 0,78%, sendo a maior em todo país, junto com Recife, e 0,25 ponto percentual acima do custo de vida nacional, que ficou em 0,53%.

O principal responsável por esse maior desembolso no Distrito Federal é o preço cobrado pela Neoenergia. Fruto da privatização da Ceb, em março de 2021, a empresa reajustou em 21,54% as tarifas para os clientes residenciais de baixa tensão, em 3 de novembro. O aumento da conta de luz para o consumidor doméstico foi, praticamente, quatro vezes maior do que o IPCA-15 acumulado ao longo dos últimos doze meses. Até aqui, a inflação acumulada na gestão de Ibaneis Rocha já totaliza 15,27%. E a maioria dos trabalhadores, em especial servidores públicos, não teve reajustes salariais.

Inflação generalizada

A elevação dos preços, contudo, se espalha por diversos setores da economia candanga. Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados em Brasília apresentaram altas em novembro. O maior impacto positivo (0,23 ponto percentual) veio do grupo habitação (1,80%). O segundo maior impacto positivo (0,18 ponto percentual) foi no grupo transportes (0,76%). Os preços dos combustíveis voltaram a ter alta (1,27%), depois de 5 meses seguidos em queda. Os que mais contribuíram para o resultado do grupo foram seguro voluntário de veículo (6,43%), gasolina (1,28%) e automóvel novo (1,05%).

O grupo alimentação e bebidas registrou, em novembro, alta de 0,73% na previsão de novembro. O resultado foi puxado pelas altas no tomate (15,49%) e nos tubérculos, raízes e legumes (11,93%).

Saúde e alimentação

Em saúde e cuidados pessoais (1,09%), os destaques os planos de saúde (1,22%), os produtos de higiene pessoal (2,15%), em especial produto para pele (6,90%), forçaram ainda mais o aperto no bolso do consumidor. Se alimentar também não está barato.

O grupo alimentação e bebidas registrou alta de 0,73% na previsão de novembro. O resultado foi puxado pelas altas no tomate (15,49%) e cebola (18,27%), e nos tubérculos, raízes e legumes (11,93%). A alimentação fora do domicílio ficou em média 0,57% mais cara – refeição (0,40%) e lanche (0,82%) – e nos panificados (2,30%) como pão francês (1,96%) e bolo (6,82%).

Queda de preços

Não houve grandes destaques para itens que tenham ficado mais baratos. A maior contribuição negativa (-0,12 ponto percentual) ficou com passagem aérea, com queda de 7,11%.

Todos esses dados foram divulgados pelo IBGE. O cálculo do IPCA-15 é feito com base no consumo médio de famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos.