Preocupado com o uso e a troca de nomes e codinomes pelo pessoal que militava na luta armada, o jornalista Aylê-Salassié estudou como isso poderia afetar a personalidade ou o comportamento posterior daqueles que dela participaram. Assim nasceu o livro Codinome Beija-flor, centrado no submundo da resistência à ditadura militar, com destaques para militantes que em atuaram na Capital Federal ou que daqui sairam para outras cidades do país..
Aylê-Salassié examinou o período em que isso ocorreu, desenvolvendo uma exaustiva pesquisa, na qual interliga diversos eventos e os relaciona com as condições nacionais e internacionais daquele momento.
Trabalhando de forma criativa, inteligente e com profundidade, documentos que retratam esse instante efervescente da história contemporânea do Brasil, ele fez uma avaliação crítica dos acontecimentos, à qual acrescenta uma boa dose de romantismo e algumas tiradas aparentemente ficcionais, com o fim de dar maior legibilidade e graça à narrativa. São passados mais de 40 anos. A precisão histórica é quase impossível . Por isso, aos textos junta-se um enfoque pessoal e sentimentos guardados, tornando difícil mesmo repassá-los com total fidelidade.
O importante é que o exaustivo trabalho resultou nessa obra onde revejo, com emoção, saudosismo, nostalgia, alegria e tristeza, um tempo que vivi e que lembro com saudade e orgulho. Um período que deve ser lembrado e permanentemente reavaliado por todos, principalmente pelos que ainda lutam e acreditam num futuro mais justo, solidário e feliz para os brasileiros.
Codinome beija-flor contou com um pré-lançamento, com direito a debate com antigas lideranças dos movimentos de resistência à ditadura militar na noite de terça-feira, na livrarinha Sebinho.