Em relação a venda das estatais CEB, Caesb e BRB brasilienses se mostram divididos.

 

Por Hélio Doyle

 

Apesar das deficiências do metrô, a maioria dos brasilienses é contra a sua privatização, de acordo com pesquisa realizada pela WHD Pesquisa e Estratégia . Com margem de erro de três pontos percentuais, 52% se manifestaram contra a privatização e 41% a favor.

Já em relação a outras empresas, há empate técnico. São 49% dos brasilienses contra e 44% a favor da privatização da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), e 48% contra e 43% a favor da venda da Companhia Energética de Brasília (CEB) ao capital privado. Há empate também quanto ao Banco de Brasília (BRB), que não está entre as empresas a serem privatizadas: 47% se manifestaram contra e 46% são a favor de que a instituição financeira seja vendida.

Privatização de empresas, parcerias público-privadas e concessões de áreas e serviços públicos são, declaradamente, o caminho que o governo do Distrito Federal pretende trilhar para driblar a falta de recursos financeiros para investimentos. Isso tem sido dito e repetido pelo governador Ibaneis Rocha e por seus secretários. Foram criadas, inclusive, uma Secretaria de Estado de Projetos Especiais e uma Diretoria de Novos Negócios na Terracap, ambas envolvidas com PPPs e concessões.

Promessa de campanha

Embora tenha prometido, na campanha eleitoral, que não privatizaria empresas públicas, o governador está firme em seu propósito de vender 51% das ações da CEB, privatizar — o modelo ainda não está claro — a Caesb e conceder a operação da linha do metrô, hoje sob responsabilidade da estatal Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF). “Não me contaram que a situação das empresas era tão ruim”, justifica-se Ibaneis.

Até agora, o governo de Brasília concluiu apenas uma concessão de vulto, a do Complexo Esportivo, onde estão o Estádio Mané Garrincha, o Ginásio Nilson Nelson e o Parque Aquático Cláudio Coutinho. A Arena BSB, uma sociedade anônima privada, administrará a área pelos próximos 35 anos. Outra concessão de grande porte poderá ser a do Autódromo Nelson Piquet, cujo processo de licitação já foi aberto, mas anda lentamente.

Segundo a pesquisa da WHD Pesquisa e Estratégia, a concessão do Mané Garrincha e arredores é aprovada por 52% dos brasilienses, contra 41%. A do autódromo tem o apoio de 51%, enquanto 40% são contra. Há, pela população, a percepção da diferença entre a privatização de uma empresa prestadora de serviços públicos e a concessão de equipamentos e áreas públicas.

A pesquisa realizada pela WHD Pesquisa e Estratégia não avaliou uma das medidas polêmicas anunciadas pelo governo e que está avançando: a implantação de estacionamentos pagos por toda a cidade.