Cobra Capim, Liophis maryellenae á outra serpente endêmica do Cerrado, e ocorre em geral em ambientes úmidos, como veredas e campos úmidos, onde alimenta-se de peixes e anfíbios, que caca dirante o dia. Parque Nacional das Emas, Goiás. Foto: Cristiano de Campos Nogueira
Cobra Capim, Liophis maryellenae, serpente endêmica do Cerrado, e ocorre em geral em ambientes úmidos, como veredas e campos úmidos, onde alimenta-se de peixes e anfíbios, que caca dirante o dia. Parque Nacional das Emas, Goiás. Foto: Cristiano de Campos Nogueira

Com base no texto de Duda Menegassi, no portal  ((o))eco

Pelo menos, 158 espécies de serpentes são conhecidas em áreas de cerrado no Brasil,mas estudo científico revela que muitas estão em estado de extinção.

O Cerrado, bioma tradicional onde se insere o Distrito Federal, é o habitat natural de mais de 100 espécies de serpentes, algumas delas em perigo crescente de extinção à medida em que o bioma vai sendo devastado para abrir espaço para pastos e plantações, bem como em decorrência da expansão urbana. O alerta está no livro “Serpentes do Cerrado – Guia Ilustrado”, de autoria dos pesquisadores Cristiano Nogueira, Otávio Marques, André Eterovic e Ivan Sazima, recentemente lançado pela Holos Editora.

A Cobra Capim, Liophis maryellenae, é um exemplo de serpente endêmica do Cerrado que se encontra em estado vulnerável de preservação. Ela ocorre em geral em ambientes úmidos, como veredas e campos úmidos.

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Xenodon nattereri é outra serpente endêmica do Cerrado, sendo bastante rara e pouco estudada. Seu focinho é projetado para cima, em forma de uma pequena pá, provavelmente auxilia a serpente a procurar alimento e abrigo em frestas e pequenas cavidades no solo. Esta espécie ocorre principalmente em áreas úmidas, como veredas e campos úmidos no Cerrado. O exemplar da foto foi fotografado na reserva de Cerrado da Área Alfa, uma área de Cerrado preservado pela Marinha Brasileira, nas imediações de Brasília. Foto: Cristiano de Campos Nogueira
A Cobra-nariguda-do-campo, Xenodon nattereri, é endêmica do Cerrado, sendo bastante rara e pouco estudada. No estado de São Paulo ela está na lista dos animais ameaçados de extinção. Foto: Cristiano de Campos Nogueira.

Outro réptil ameaçado de extinção é a Cobra-nariguda-do-campo, Xenodon nattereri. Ela é outra serpente endêmica do Cerrado, sendo bastante rara e pouco estudada. Seu focinho é projetado para cima, em forma de uma pequena pá, provavelmente auxilia a serpente a procurar alimento e abrigo em frestas e pequenas cavidades no solo. Esta espécie ocorre principalmente em áreas úmidas, como veredas e campos úmidos no Cerrado. O exemplar da foto foi fotografado na reserva de Cerrado da Área Alfa, próxima ao Park Way, em Brasília, numa área de Cerrado preservado pela Marinha Brasileira.

cobra Drymoluber brazili
A cobra Drymoluber Brazili exclusivamente nas áreas de Cerrado. Trata-se de uma Serpente extremamente rara, medindo cerca de 1,3 metro, amplamente associada às áreas do Brasil central. Foto: Cristiano de Campos Nogueira.

Estudos científicos apontam a presença da cobra Drymoluber Brazili exclusivamente nas áreas de Cerrado. Trata-se de uma Serpente extremamente rara, medindo cerca de 1,3 metro, amplamente associada às áreas do Brasil central. Nos espécimes adultos, as bandas dorsais desaparecem dando lugar a uma coloração castanha uniforme. É uma serpente diurna que caça ativamente guiando-se pela visão relativamente acurada para uma serpente.

A proposta do livro parte da idéia de que um dos passos para combater a extinção desses repteis é exatamente realizar o inventário da fauna, aliado com dados do status populacional, as demandas por recursos e as interações de cada espécie. Ao fornecer essas informações, os autores esperam que o Guia seja uma ferramenta importante em prol de ações de conservação de serpentes no Cerrado, ao demonstrar a relevância do papel ecológico das serpentes dentro do ecossistema.

A cobra Salamanta do Sudeste, Epicrates crassus, é uma serpente de grande porte, comum em áreas de cerrado típico. É predominantemente noturna e caça pequenos animais - lagartos, ratos, gambás, pequenos roedores de um modo geral e aves -, utilizando de sua força muscular para sufocar as presas (por constrição). Foto: Cristiano de Campos Nogueira
A cobra Salamanta do Sudeste, Epicrates crassus, é uma serpente de grande porte, comum em áreas de cerrado típico. É predominantemente noturna e caça pequenos animais – lagartos, ratos, gambás, pequenos roedores de um modo geral e aves -, utilizando de sua força muscular para sufocar as presas (por constrição). Foto: Michel de Aguiar Passos.

A obra traz à tona a rica biodiversidade de cobras que vivem no bioma e estimula a conservação não só destes animais, mas do próprio Cerrado. São 135 espécies e 185 fotos. O Guia Ilustrado apresenta cada serpente em fotografias, que mostram sua coloração e os padrões de pele, em conjunto com uma linguagem iconográfica que ajuda a descrever seus hábitos, tamanho do corpo e cauda, dentição, estratégias de defesa e reprodução.

Um dos objetivos dos autores é exatamente facilitar a identificação das serpentes:  reconhecê-las como venenosas ou não, e orientar o “modus operandis” quando alguém cruza com o caminho de uma, pois muitas vezes a falta de conhecimento aliada ao medo generalizado que existe com relação às cobras faz com que elas terminem mortas por ação humana.