Texto de Chico Sant’Anna, com base na WikiAves, a Enciclopédia das aves do Brasil, e no blog Ambiente Brasil. Fotos de Leninha Caldas. Agradecimentos aos grupos Observaves e Observadores de Aves
O primo dele é mais famoso – já foi até título de música na voz de Maria Gadu – e mais fácil de se encontrar, mesmo nas regiões urbanas. O João-de-pau é uma ave passeriforme da família Furnariidae, a mesma família do João-de-barro. A denominação popular tem como referência o ninho que cada um constrói: um com gravetos e outro com barro.

As denominações populares variam de região para região. Na Bahia, o João-de-pau também é conhecido como carrega-madeira, já em Minas Gerais há quem o chame de Teutônio, João-garrancho ou João-graveto. Se for na Zona da Mata mineira o nome vira Guacho e João-peneném. Em Pernambuco, é João-graveteiro ou Casaca-de-couro e, no norte do Rio de Janeiro, Carrega-pau.
Seu nome científico, Phacellodomus rufifrons, significa do (grego) phakellos = feixe de varas; e de domos = casa; do (latim) rufo, rufus = avermelhado, castanho; e de frons = frente, fronte, testa. -Pássaro de fronte ruiva que faz sua casa com gravetos.
Características
Trata-se de uma ave de pequeno porte, medindo cerca de 16 centímetros. A principal característica é a cor levemente amarronzada da testa, contrastando com a cabeça, mais escura. Leve linha superciliar clara, com um risca negra, fina, após o olho. A cauda é comprida e movimentada lateralmente, quando a ave está excitada.
O casal possui um dueto em que um inicia o canto e, depois de pouco tempo, o segundo emite uma risada mais curta, levemente acelerada no final. Cantam a qualquer hora do dia, às vezes dentro do ninho. O voo para entrar na estrutura é muito rápido, podendo passar despercebida a chegada ou saída dos moradores.
O João-de-pau já foi registrado nas cinco Regiões do Brasil, mas com maior incidência na Região Sudeste. É quase inexistente na Amazônia. Ele se faz presente mais acentuadamente em duas regiões aparentemente separadas: do Maranhão a São Paulo, abrangendo a maior parte da Bahia; e no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e noroeste do Paraná. Ele é encontrado também na Venezuela, Colômbia, Peru, Equador, Bolívia, Paraguai e Argentina.
Na América do Sul foram documentadas seus subespécies,sendo duas comuns ao Brasil:
- Phacellodomus rufifrons rufifrons (Wied-Neuwied, 1821) ocorre no Leste do Brasil nos estados do Piauí, Bahia e Minas Gerais;
- Phacellodomus rufifrons specularis (Hellmayr, 1925) ocorre no Nordeste do Brasil no estado de Pernambuco;
- Phacellodomus rufifrons sincipitalis (Cabanis, 1883) ocorre na Bolívia nas regiões de Santa Cruz e Tarija e no Noroeste da Argentina;
- Phacellodomus rufifrons peruvianus (Hellmayr, 1925) ocorre no Noroeste do Peru na região do Vale do Rio Marañón e na região adjacente no Sul do Equador;
- Phacellodomus inornatus inornatus (Ridgway, 1887) ocorre nos alagados (Llanos) do Nordeste da Colômbia e Venezuela;
- Phacellodomus inornatus castilloi (W. H. Phelps & Aveledo, 1987) ocorre no Sul do Venezuela no norte da região de Bolívar.
Reprodução e alimentação
Constrói ninhos enormes com gravetos (razão do nome comum). Os gravetos são relativamente grandes para o tamanho do passarinho. O casal atua em parceria na construção da casa, que será utilizada durante todo o ano pelos dois e pela ninhada (mesmo após voar) como local de abrigo. Ao terminar o primeiro ninho, o casal continua colocando material e construindo outros, em seqüência. Com isso, o galho de apoio começa a pender e a ficar coberto de material, destacando-se na paisagem.
Em casos extremos, o ninho chega a dois metros de comprimento. A câmara incubatória é forrada por grossa camada de penas, paina, etc., de formato esférico. O ninho geralmente localiza-se em árvores isoladas, na extremidade de galhos flexíveis, que acabam por vergar com o excesso de peso. Sua construção pode ocorrer com a participação de todo o grupo e não apenas do casal. Põe, em média, três ovos.
Seu estado de preservação é considerado pela Wikiaves como Pouco preocupante. A ave em si é muito mais difícil de ser observada do que seu ninho. Além do porte, possui o comportamento de ficar escondida no meio das folhas de árvores e arbustos, voando rapidamente de pouso a pouso.
Movimenta-se muito e logo dá o alarme, com piados agudos, sobre a presença de estranhos. Nesses momentos, os membros do grupo (varia de um casal até 10 aves) passam a repetir o chamado, enchendo a vegetação de gritos, mas pouco aparecendo. Vive aos pares ou em pequenos grupos familiares, alimentando-se de insetos obtidos na vegetação arbórea ou no solo, sob emaranhados de folhas caídas e capim entrelaçado.
Estado de Conservação
(IUCN 3.1)
Pouco Preocupante
Ele habita campos com arbustos e árvores esparsas, árvores ao redor de construções em fazendas, bordas de capões de mata cercados de pastagens e outros ambientes semi-abertos.
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